É hora de mudar o mundo...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Simplesmente Jakeliny.

É noite. A cidade se prepara para dormir, o silêncio aos poucos vai predominando, até não se ouvir mais nada, apenas o barulho do rio, que não pára nunca.
23:00, os alunos são liberados da faculdade e o silêncio é quebrado por risos estrondosos e vozes embaralhadas. Entre risos e vozes destaca-se uma: a de Jakeliny.
Após um demorado "tchau", a turma se separa, Jakeliny segue seu caminho e minutos depois os pensamentos dela começam a ir e vir de sua cabeça. Os passos ficam cada vez mais lentos e os pensamentos também, lembra-se de seus pais, de todo o sacrifício que fizeram para estarem ali, e sente seu coração bater forte, acompanhado de uma vontadelouca de vê-los. Por mais que ás vezes não faça, no seu íntimo sabe que realmente os ama. Ainda falta um caminho considerável, a noite está tão bonita. Seus pais a esperam e ela concerteza há de chegar. Seu sonho de poder trabalhar com satisfação e ser independente faz seus pensamentos lembrarem de Platão. "Ele está certo". Diz em voz alta. "Realmente só podemos entrar no mundo das idéias através do conhecimento", e com um largo sorriso e orgulho de si mesma, acrescenta: "Estou no caminho certo!".
Ouve-se um barulho. Seu coração acelera, os passos ficam mais difíceis de serem dados, sente um arrepio e um frio na espinha. Fica com muito medo. Sempre temeu sofrer um assalto e dessa vez havia uma enorme possibilidade disso acontecer. O medo, por sua vez, não era diferente. Tentou andar mais rápido, mas era como se suas pernas não a obedecessem, ouve que os passos de alguém começam a se aproximar. Lembra-se de Deus e como em todos os momentos de sua vida, pede que nada a aconteça, os passos desse alguém se apressam e... Ultrapassam os de Jakeliny que respira aliviada. Não era nada! "A paz... é uma coisa tão desejada e tão longe da Humanidade". Pensa Jakeliny, lembrando-se do episódio que acabou de acontecer e das possibilidades horríveis que seu medo lhe proporcionou, e completa "porque pra se ter paz, é preciso, primeiramente, que cada um plante-a em seus corações". Sempre foi uma cristã, católica e nunca desaprovou nenhuma religião, ao contrário, procura conhecer, mas não pensa em se aprofundar nos ideais. Lembrou-se que odeia o egoísmo, a falta de motivação na escola, a falta de confiança na família e na rua, odeia pessoas mal humoradas, sentiu o sangue ferver e acabou deixando essas coisas de lado, afinal, não queria estragar a magia de sua noite.
Começou a fazer uma regressão. Sua escola. Que saudade sentia daquele tempo. Sempre se recordará da escola Nossa Senhora do Monteserate, dos amigos, dos colegas, professores. Lembrou-se do seu primeiro dia, estava tão tímida, quieta, constrangida, porém observando sempre o novo, totalmente o contrário do seu último dia naquela escola.
Avistou sua casa ao longe. Uma casa apenas rebocada, com uma calçada na porta da sala, sem muro e ao lado de uma construção. Era quarta! Dia de futebol na TV. Para alguns, um entretenimento, mas considerava exagerado o investimento que se dava ao futebol. Tanto este como qualquer outra competição, existeum objetivo, mesmo que seja o de vencer, é uma maneira de superação entre as pessoas. Recordou-se de todas as competições que já presenciou em sua vida e que uma vez ganhou um prêmio de atleta revelação. Um prêmio... Se tivesse que dar um prêmio a alguém, com certeza o daria a sua madrinha, Sebastiana, por ser a pessoa mais compreensiva que já conheceu.
Gostaria muito que fosse reconhecida por sua sinceridade, claro, sem desmerecer os outros adjetivos. Como amava todos os momentos de sua vida!
Chegou, enfim, na porta de sua casa e sentou-se na calçada. Pensou em terminar o terminar o livro de Fernando Pessoa e logo começar um de Willian Shakespeare, seus autores preferidos. Ao sentar-se, tentou não pensar em nada, mas estava sendo inevitável, então programou-se para o dia de amanhã e não iria ficar sem ouvir música, há tanto tempo não o fazia, já sentia saudades, se caso sobrasse um tempinho terminaria o livro.
Respirou fundo. Olhou o relógio, estava ficando tarde, mesmo sem trabalhar, não poderia deixar de levantar cedo. Levantou-se da calçada, entrou em sua casa e seguiu para o seu quarto, antes entrou no quarto de seus pais que já estavam deitados, deu-lhes um beijo e dirigiu-se para o seu quarto. Trocou a roupa, olhou-se no espelho e sentiu-se satisfeita por estar onde está e com quem está. Deitou-se na cama, rezou - como sempre fez - deu uma última olhadela no céu pela janela, sorriu, e com este sorriso adormeceu.

1 Comentários:

Às 30 de outubro de 2008 às 12:18 , Blogger Lucimara disse...

oi Bruna o nome do seu blog está semelhante ao meu... pra não ser nada, ficou equisito até porque o meu antes era jornalismo levado a sério ai o professor pediu para eu por on line... dê uma olhada lá: http://jornalismolevadoaserio.blogspot.com

Lucimara

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial