É hora de mudar o mundo...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Marluce diz que sem ética não tem jornalismo.


O rock vivo que está tocando, ensurdece e anima. Ninguém fica sentado. Todos cantam a mesma música. Os flashes não param, enquanto isso, ali do lado, encontra-se Marluce, num salão vazio, porém, não totalmente isento de barulho, o som da banda penetra pelas portas que estão abertas e pelas outras frestas existentes, ás vezes entram algumas pessoas, mas logo saem novamente, existem flashes de todos os lados. Marluce é uma jornalista formada que trabalha atualmente na UFMT, dando aulas na área de televisão em Cuiabá, onde mora atualmente.

ela está de volta às suas origens. Há 43 anos, nasceu nesta cidade onde passou sua infância, época que lhe traz muitas saudades das brincadeiras, risos e sonhos. Apesar de se sentir satisfeita e muito feliz com o que faz, pensava em se tornar Veterinária, mas acabou por seguir um caminho bastante diferente: o jornalismo. Essa decisão veio a partir da leitura. Sempre gostou muito de ler, e um de seus autores preferidos é Machado de Assis, justamente por estar redescobrindo suas obras.

Marluce saiu de Alto Araguaia onde morava na avenida Carlos Hugueney aos 12 para concluir o Ginásio em Goiânia. Morou com seus irmãos mais velhos que já estudavam lá e cursavam o segundo grau.

Na época que estava em Goiânia sentia muito a distância que a separava de seus pais, afinal era muito nova. Mesmo assim não se arrepende do que fez. Ao contrário, gostoumuito dessa experiência, e ainda gosta daquela cidade. Após este período, ingressou na Universidade de Uberaba. Casou-se e mudou-se para São Paulo, onde seu marido estava iniciando o mestrado. Com a mudança deixou para trás a "rotina" de fins de semana inteiros dentro de um ônibus, ora indo para a Faculdade, ora vindo para casa.

Atualmente sua meta nos estudos também a leva para longe. Pretende concluir o curso de doutorado, iniciado na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, e ter mais tempo para ler.

Como jornalista, ela acredita que é impossível fazer jornalismo de boa qualidade sem levar em conta a ética e a estética. Não vê a internet um substituto para os outros meios de comunicação por por ser um meio muito seletivo ainda. Considera que o jornalismo transformou-a numa pessoa esclarecida e preocupada com as coisas que se passam à sua volta. O que mais chama sua atenção na profissão é a possibilidade de levar a informação para todas as pessoas.

Os jovens ainda continuavam dançando ao som da banda Lado B quando Marluce olha em seu relógio e constata: já era hora de ir para casa. Sua mãe a espera. atravessou o saguão da Câmara Municipal de Alto Araguaia, desceu as escadas, atravessou a rua e foi descansar num lugar onde ela era apenas Marluce de Oliveira Machado, filha de Modesto e Lívia

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O Poder da Identidade

Terminei a leitura de "O Poder da Identidade", de Manuel Castells, da editora Paz e Terra. O livro apresenta uma teoria poderosa a respeito da nova desordem mundial, produzindo uma desafiadora análise da sociedade e das forças globais.
A obra, admitida como uma referência básica para sociólogos e cientistas sociais nos próximos anos, demonstra que os movimentos políticos e sociais contemporâneos devem ser compreendidos como atores num conflito central entre redes e identidades coletivas. Nesta obra o autor examina a globalização e a identidade, duas grandes tendências conflitantes que moldam o mundo de hoje. Este livro é de importância fundamental para se entender as transformações por que passará o mundo nos primeiros anos do próximo milênio.
(Trabalho proposto em sala de aula, Professor Msc Alfredo Costa)

Isso e Aquilo

Isso não soa tão forte quanto aquilo; Isso não mexe mais do que aquilo. Isso é bom, aquilo é melhor ainda. Isso ganhou um significado mágico, aquilo já era mágico, sempre foi especial. Isso dói, aquilo machuca; Isso está, aquilo foi; se aquilo volta? Não sei... Isso fica muito tempo? Não sei...
Talvez chegue o dia em que a perda disso e daquilo seja inevitável.
Isso está comigo em pensamento e em presença, aquilo está comigo em sentimento e em alma. Aquilo me completa. Isso me satisfaz. Isso é um anjo. Aquilo também...

Carta...

Mineiros, 29/12/2005.
...

... E esta é mais uma carta de amor que começa com amorzinho e termina com um doce e verdaddeiro "Eu te amo!" - escrito dessa forma, com um enorme ponto de exclamação; esta é uma carta onde o apaixonado se entrega completamente - e verbalmente - ao apaixonante.
Ah!!! O Amor! É essa a máquina capaz de criar bobos, de enfeitiçar os olhos e envenenar os corações; essa troca de promessas e malditos beijos que dopam e viciam cada vez mais os doces e inofensivos "bobos do amor".

Alto Araguaia, 16/02/2006

Sempre existe uma força cúmplice daqueles que vão atrás de seus sonhos. Foi acreditando nessa frase que parei aqui, nesta cidade, onde os dias se tornam cada vez mais iguais.
As coisas são novas... os rostos também, até mesmo algumas manias têm que se tornar novas. Apesar da saudade existe uma força que não deixa passar pela minha cabeça a idéia de desistir; ainda estou convencida de que isto é o melhor pra mim. Não é bem da forma como eu pensava mas acredito que estou nos preceitos divinos, e sei que o pior e o melhor ainda estão por vir... estou apenas começando!
Ao menos o mundo ainda não parou, e enquanto ele gira, me sujeito à todas as peças que o tal destino me quiser pregar... só estou começando!!!

Simplesmente Jakeliny.

É noite. A cidade se prepara para dormir, o silêncio aos poucos vai predominando, até não se ouvir mais nada, apenas o barulho do rio, que não pára nunca.
23:00, os alunos são liberados da faculdade e o silêncio é quebrado por risos estrondosos e vozes embaralhadas. Entre risos e vozes destaca-se uma: a de Jakeliny.
Após um demorado "tchau", a turma se separa, Jakeliny segue seu caminho e minutos depois os pensamentos dela começam a ir e vir de sua cabeça. Os passos ficam cada vez mais lentos e os pensamentos também, lembra-se de seus pais, de todo o sacrifício que fizeram para estarem ali, e sente seu coração bater forte, acompanhado de uma vontadelouca de vê-los. Por mais que ás vezes não faça, no seu íntimo sabe que realmente os ama. Ainda falta um caminho considerável, a noite está tão bonita. Seus pais a esperam e ela concerteza há de chegar. Seu sonho de poder trabalhar com satisfação e ser independente faz seus pensamentos lembrarem de Platão. "Ele está certo". Diz em voz alta. "Realmente só podemos entrar no mundo das idéias através do conhecimento", e com um largo sorriso e orgulho de si mesma, acrescenta: "Estou no caminho certo!".
Ouve-se um barulho. Seu coração acelera, os passos ficam mais difíceis de serem dados, sente um arrepio e um frio na espinha. Fica com muito medo. Sempre temeu sofrer um assalto e dessa vez havia uma enorme possibilidade disso acontecer. O medo, por sua vez, não era diferente. Tentou andar mais rápido, mas era como se suas pernas não a obedecessem, ouve que os passos de alguém começam a se aproximar. Lembra-se de Deus e como em todos os momentos de sua vida, pede que nada a aconteça, os passos desse alguém se apressam e... Ultrapassam os de Jakeliny que respira aliviada. Não era nada! "A paz... é uma coisa tão desejada e tão longe da Humanidade". Pensa Jakeliny, lembrando-se do episódio que acabou de acontecer e das possibilidades horríveis que seu medo lhe proporcionou, e completa "porque pra se ter paz, é preciso, primeiramente, que cada um plante-a em seus corações". Sempre foi uma cristã, católica e nunca desaprovou nenhuma religião, ao contrário, procura conhecer, mas não pensa em se aprofundar nos ideais. Lembrou-se que odeia o egoísmo, a falta de motivação na escola, a falta de confiança na família e na rua, odeia pessoas mal humoradas, sentiu o sangue ferver e acabou deixando essas coisas de lado, afinal, não queria estragar a magia de sua noite.
Começou a fazer uma regressão. Sua escola. Que saudade sentia daquele tempo. Sempre se recordará da escola Nossa Senhora do Monteserate, dos amigos, dos colegas, professores. Lembrou-se do seu primeiro dia, estava tão tímida, quieta, constrangida, porém observando sempre o novo, totalmente o contrário do seu último dia naquela escola.
Avistou sua casa ao longe. Uma casa apenas rebocada, com uma calçada na porta da sala, sem muro e ao lado de uma construção. Era quarta! Dia de futebol na TV. Para alguns, um entretenimento, mas considerava exagerado o investimento que se dava ao futebol. Tanto este como qualquer outra competição, existeum objetivo, mesmo que seja o de vencer, é uma maneira de superação entre as pessoas. Recordou-se de todas as competições que já presenciou em sua vida e que uma vez ganhou um prêmio de atleta revelação. Um prêmio... Se tivesse que dar um prêmio a alguém, com certeza o daria a sua madrinha, Sebastiana, por ser a pessoa mais compreensiva que já conheceu.
Gostaria muito que fosse reconhecida por sua sinceridade, claro, sem desmerecer os outros adjetivos. Como amava todos os momentos de sua vida!
Chegou, enfim, na porta de sua casa e sentou-se na calçada. Pensou em terminar o terminar o livro de Fernando Pessoa e logo começar um de Willian Shakespeare, seus autores preferidos. Ao sentar-se, tentou não pensar em nada, mas estava sendo inevitável, então programou-se para o dia de amanhã e não iria ficar sem ouvir música, há tanto tempo não o fazia, já sentia saudades, se caso sobrasse um tempinho terminaria o livro.
Respirou fundo. Olhou o relógio, estava ficando tarde, mesmo sem trabalhar, não poderia deixar de levantar cedo. Levantou-se da calçada, entrou em sua casa e seguiu para o seu quarto, antes entrou no quarto de seus pais que já estavam deitados, deu-lhes um beijo e dirigiu-se para o seu quarto. Trocou a roupa, olhou-se no espelho e sentiu-se satisfeita por estar onde está e com quem está. Deitou-se na cama, rezou - como sempre fez - deu uma última olhadela no céu pela janela, sorriu, e com este sorriso adormeceu.